Nossa Baixa Eficiência em Software

Queria compartilhar com vocês alguns dados que comprovam nossa baixa eficiência no fluxo de desenvolvimento de sistemas. Preparem-se!

Inicialmente eu não acreditei quando ouvi que, na indústria de software, teríamos uma eficiência média de 15%. Quinze porcento! Quin-ze-por-cen-to! QUINZE POR CENTO! Desconfiei desse número e fui investigar.

O meio mais fácil que encontrei para tentar comprovar ou desmentir este número foi usar dados das equipes que atuavam na empresa em que eu trabalhava. Lá tínhamos cerca de 40 equipes de desenvolvimento, muitas fazendo Scrum e outras aplicando Kanban, e que disponibilizavam suas métricas na ferramenta JIRA. Logo, independente do método de gestão do trabalho que estavam usando, quis saber se a eficiência do processo destes times poderia dar algum indício pra mim de que aquele número de 15% estivesse certo…

Para você que não conhece a Eficiência do Processo, basta dividir o tempo médio em que os itens estão sendo trabalhados por alguém (Touch Time) (não contabilizando o tempo em que os itens ficam em filas ou bloqueados) pelo tempo médio de atravessamento: o Lead Time.

Eficiência do Processo = Touch Time / Lead Time

Logo, usando o Jira, entrei no board de cada time e somei os tempos médios em que os times ficavam nas colunas de ação (Em Análise, Em Desenvolvimento, Em Testes, etc) e dividi pelo Lead Time Médio geral.

Pois bem, me surpreendi ao ver os resultados.

Abaixo duas imagens que mostram o Touch Time, Lead Time e a Eficiência do Processo calculada de 13 equipes:

 

 

Retirando os extremos, temos uma média de 29% de Eficiência de Processo nestas equipes analisadas. O que me fez pensar: “Poxa, a eficiência é baixa mesmo, mas não é 15%”. Ledo engano meu.

Muitas equipes não evidenciam as colunas de espera. Se você pegar o tradicional TO DO | WIP | DONE, tudo o que estiver no WIP eu considerei como Touch Time, apesar de estar longe de ser verdade. Muita coisa na coluna WIP fica bloqueada aguardando alguma coisa acontecer ou muita coisa já está pronta aguardando os testes. Alguns times tinham colunas para “Aguardando testes” e “Testing”, alguns outros representavam bem melhor a realidade com várias colunas, mas a maioria seguia o básico.

Logo, é bem provável que aquela eficiência encontrada, de 29%, seja bem menor! 🙁

Isso soma-se à argumentação da necessidade do foco no fluxo e nas filas, antes de se pensar em tamanho dos itens ou performance de desenvolvimento. Em outras palavras, não adianta você ter uma Ferrari, se a cada esquina houver um semáforo vermelho que te faça aguardar.


Abaixo você encontra mais material a respeito deste tema. Espero que goste!

 

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