Até hoje fiquei calado mediante tantas calúnias que me proferiram. Tenho sido vítima de injúria e difamação por ações que não fiz e que não estimulei. Fui vaiado e criaram caricaturas minhas para serem queimadas em praça pública. Mas hoje basta! Chega!
Quiseram atribuir à minha pessoa o crime de exercer comando e controle e relacionaram ao meu nome as barbáries cometidas aos trabalhadores no século XIX. Rotularam-me de ineficiente, ineficaz e contraproducente sem sequer me darem direito de ampla defesa e fizeram de mim um exemplo a ser evitado em todo e qualquer ambiente corporativo.
Como um bode expiatório, levei a culpa por todos os problemas, crises, males, conflitos e fracassos do século XX para que os novos métodos pudessem despontar poderosos e sob o lema da esperança de dias melhores sem a minha presença. Fui condenado sem julgamento e destinado a ficar no esquecimento como uma lembrança ruim que não vale a pena ser lembrada.
Queimaram o PMBOK(r), literatura que sustentou os avanços tecnológicos sociais e gerenciais desde que lançamos o homem à lua e base que tanto beneficiou os projetos da segunda metade do século XX. Renegaram todo o estudo sobre a motivação do trabalhador e inventaram uma mentira sobre a importância de fatores intrínsecos, ignorando o que o povo realmente quer: uma vida de trabalho duro, simples e honesto.
Os anarquistas que tentam nos destituir… essa recém criada ideologia Ágil que nasceu em nosso meio, não teve o tempo e não quis dar o devido valor ao microgerenciamento e à especialização do trabalho. Tampouco fizeram caso do planejamento correto e aprofundado que os profissionais tanto querem e precisam para viverem melhor. O controle foi esquecido e as planilhas de acompanhamento achincalhadas.
Essa corja de aproveitadores que de forma leviana se apropriaram dos conceitos que mais lhes interessavam, atribuindo-lhes um novo nome para não serem referenciados com sua real origem, são os mesmos que vendem treinamentos e cursos a peso de ouro para a inocente população, que é iludida com a promessa de “fazer o dobro na metade do tempo”.
Por fim colegas de movimento, quero denunciar a usurpação do PDCA, do trabalho iterativo, dos grupos auto-organizados e da inspeção e adaptação e dizer que, por meus antepassados, pela indústria de base, pela esteira de Ford, por Henri Fayol, por Henry Gantt, por Douglas McGregor, por Abraham Maslow e pelo saudoso e revolucionário Frederick Taylor, eu digo: Não vai ter golpe!!
Assinado: Filosofia Tradicional