O Novo Gestor – Parte V — Nem tanto ao céu nem tanto à terra

Estive em Curitiba neste último final de semana e o tema da minha palestra foi O que Realmente é ser Ágil.
Falei um pouco do que já estávamos falando aqui na série #onovogestor, mas fui além e comentei sobre os estereótipos principais que temos vigente no mercado e o que falta para eles.

Chamei um estereótipo de Gestor Tradicional e outro de Agile Coach.

Na reflexão que sugeri comentei o seguinte: há uma ruptura na evolução do Gestor Tradicional.

Esperávamos que o Gestor Tradicional evoluísse e incorporasse conceitos modernos de gestão em seu portfólio — não aconteceu. Talvez, então, a esperança de um profissional completo viesse do Agile Coach, que herdaria alguns bons valores e práticas da Gestão Tradicional somando-as ao seu repertório — também não aconteceu.

De modo que hoje há conceitos bons e importantes às empresas distribuídos nestes dois estereótipos. Sorte da empresa que sabe equilibrar e complementar seu ambiente com estas habilidades necessárias.

Veja algumas delas:

Todavia, a realidade atual das organizações, ao meu ver, requer outras habilidades e valores que não estão desenvolvidas nem no Gestor Tradicional nem no Agile Coach. Neste exercício, pensei em três para comentarmos:

* Ponderar Abordagens
* Influenciar Mudanças
* Equilibrar Valores e Princípios

[heading]PONDERAR ABORDAGENS[/heading]

Creio que há abordagens diferentes para cada situação, como mostra o framework Cynefin.

Nossos projetos navegam pelos domínios Simples, Complicado, Complexo e Caótico, de modo que em determinados momentos você pode estar em um ou em outro e precisa responder de acordo. Veja mais sobre isso no vídeo aqui.

[heading]INFLUENCIAR MUDANÇAS[/heading]

Falamos muito de mudanças em produtos e de estar preparados para mudar o contexto do produto, mas creio que ainda falamos pouco de mudanças nos processos. Geralmente alguém que quer transitar um contexto de A—> B só define (quando define) o estado “B”, desconsiderando as boas coisas de “A” e o caminho até “B”.

Nesta perspectiva por exemplo, poderíamos usar os 8 passos de Kotter.
Talvez não seja o melhor modelo, mas ainda não experimentamos o suficiente para opinarmos a respeito.

[heading]EQUILIBRAR VALORES E PRINCÍPIOS[/heading]

Você já deve ter passado por isso:

Faço o deploy ou faço as cerimônias do Scrum?

Por um lado você quer buscar o princípio Ágil de entrega adiantada de software para satisfazer o cliente. Por outro lado você tem a restrição forte do Scrum que é o timebox.

Outros conflitos poderiam ser: blindo o time ou promovo mais a auto-organização? Invisto em resiliência ou em gestão de riscos? Começo com o que fazemos ou sugiro uma estrutura mínima?

A sua autonomia em equilibrar valores e princípios, diz muito sobre sua capacidade de agente de mudanças: 1) porque para você ponderar mais valores e princípios significa que você os conhece e os considera e 2) esse exercício de avaliar qual decisão tomar, entre princípios e valores conflitantes, traz uma terceira perspectiva necessária ao desempate: o benefício para a organização!


Assim, seja você um gestor “tradicional” ou “moderno” ainda há um bom caminho para uma desdogmatização e evolução. O Novo Gestor é alguém que está fora dos paradigmas gestão, não é um nem outro, e que deveria considerar todas as opções ao sugerir mudanças na organização.

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