#02: O velho MindSet — com Alisson Vale

Mesmos nós, que estudamos e praticamos Ágil todos os dias, temos uma tendência forte a valorizar mais a eficiência em detrimento da eficácia. O modo de pensar de nossos avós, pais, chefes e professores foi cunhado nos princípios que revolucionaram a indústria e a organização do trabalho no final do século XIX e que, por sua vez, foram transmitidos às novas gerações, dentre as quais aquelas que já nasceram num mundo mais complexo na era do conhecimento.

Veja a parte 01 da série Eficiência vs Eficácia

Assim, mesmo quem não viveu intensamente as rotinas da gestão tradicional de décadas atrás, ainda assim experimenta uma dissonância cognitiva na qual a realidade clama por eficácia, mas os princípios predominante nas estruturas sinápticas vociferam for eficiência.

Como escapar desta armadilha biológica que nos atrai para sermos eficientes, quando num mundo que requer mais soluções novas e que exige descobertas?

Veja alguns highlights deste trecho da conversa que tive com Alisson Vale no qual discutimos algumas destas indagações:

Nós fomos formados, na escola e na faculdade, de um jeito que tornou natural pensar em eficiência;
A maioria dos gestores, ainda hoje, procuram por meios de aumentar a produtividade dos desenvolvedores, seja com mais horas, mais volume de trabalho, mais bônus ou até restringindo as redes sociais, mas isso dá uma falsa sensação de produção, posto que a eficiência do processo é baixa na maioria dos ambientes de desenvolvimento de software;
Para tentar evitar as armadilhas que nossa mente nos prega é necessário se preparar, estudando e refletindo sobre os conceitos em questão, pois uma vez ciente do fato em si, fica possível então evitá-lo na prática;
Muitas vezes nos pegamos tentando perseguir a conformidade do plano inicial e nos esquecemos que precisamos mudar o plano visando solucionar o problema;
Quando nos colocamos na posição do “garçom” que “tira pedidos” há um desligamento da potencial solução e do problema. Logo, o foco passa a ser no escopo e em finalizar os itens planejados, mais do que na eficácia de se permanecer conectado ao problema do cliente.