Jason Fried argumenta no seu vídeo para o TED — Por que o Trabalho Não Acontece no Trabalho —, que o profissional que trabalha de casa, por exemplo, pode escolher quando será interrompido (quando ligará a TV, quando passeará com o cachorro, quando responderá aquela mensagem, etc) ao passo que no escritório ele está sempre sujeito ao tapinha no ombro imprevisível e inevitável de alguém querendo sua atenção.

Fato. E eu concordo com ele.

Para o trabalhador do conhecimento é imprescindível ter momentos ininterruptos de concentração para a produtividade e a qualidade. Falo por mim e pela frustração que me acomete toda vez que estou imerso num texto e minha esposa grita lá da sala se eu sei onde está o carregador do celular.

Mas excluindo os fatores de interrupção externos, como a família e o cachorro, há um inimigo ainda maior da produtividade quando se trata de trabalho em casa: sua incapacidade de gerenciar as redes sociais.

No gostoso aconchego do seu lar, sem a pressão dos pares e suas aparições repentinas, você não se constrange em deixar o Facebook aberto por mais tempo. E aquele vídeo do YouTube? “Acho que dá pra ver até o fim” — E você já sabe onde tudo isso vai parar, certo? De um vídeo técnico você esbarra numa recomendação política, que te leva para um vídeo que alguém humilhou outro alguém no debate; e seu WhatsApp está aberto na Web com 3 conversas em andamento; e você está exposto a todas as notificações porque tem medo de perder qualquer novidade. Isso deve ser uma síndrome, com certeza.

Ok. Como evitar isso quando se trabalha em casa? Resposta: Não sei! 😀

Vou te falar o que eu faço para driblar essa compulsão malígna.

1. Pomodoro Technique: ou alguma variação da técnica. Concentração durante 25 minutos seguidos de 5 ou 10 minutos para fazer qualquer outra coisa. Quando seu cérebro sabe que você irá parar estes 10 minutos para descompressão, você se sente mais engajado na tarefa;
2. Visite a Cafeteria: Em alguns dias o ambiente de casa não favorece o trabalho focado e, por incrível que pareça, consigo me concentrar melhor com os burburinhos da cafeteria. Talvez porque eu saiba que em casa algum barulho pode requerer minha atenção, o que me deixa sempre alerta;
3. Conheça-te a ti mesmo: Eu sei que consigo escrever melhor pela manhã do que à tarde. Assim deixo algumas tarefas mais operacionais e reuniões para a parte da tarde. Tarefas mais óbvias, que não exigem criatividade, não sofrem tanto com as interrupções das redes sociais e podem conviver melhor;
4. Crie hábitos novos: Criar novos hábitos dói, mas não tem outro jeito se você está buscando ser mais produtivo. Vai doer. Acordar  pela manhã e não pegar o celular até às 9h pode ser difícil no começo, mas liberta sua cabeça para pensar. Você verá como sua criatividade irá aflorar quando sua mente não estiver presa à timeline. do Instagram.  Outro hábito que desenvolvi foi parar de usar o celular depois das 20h, o que me fez pegar mais livros para ler 😉

Acredito que haja uma vantagem competitiva forte naqueles que sabem gerenciar bem suas distrações e se dedicam à criação e aos estudos. Numa época cheia de polarizações é normal você gastar horas vendo o que estão falando sobre isso ou aquilo; quem falou o quê de quem e como este respondeu; e tudo isso vai drenando sua atenção, seu tempo e te aprisionando.

Fuja desse ciclo vicioso enquanto há tempo!

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