Coitado do Gráfico de Gantt

Você pode não usar o Gráfico de Gantt e achá-lo a ferramenta mais tradicional do mundo, mas adivinhe só, não é porque uma coisa é tradicional que ela é ruim. Muito do que temos na gestão de hoje se deve às influências do que você chama de Tradicional. E isso não vai mudar.

O Tradicional is the new black. 🙂

#onovogestor vai nesta linha de resgatar o que o gestor sempre deveria ter sido; reformar e atualizar velhos conceitos à luz dos novos desafios. E é sob essa luz que revisaremos o Gráfico de Gantt.

[heading]O Grático de Gantt[/heading]

Em 1999, o Gantt Chart foi identificado como “uma das ferramentas de gerenciamento mais amplamente usadas para cronograma de projetos e controle.” Wikipedia

Quase todas as palavras nessa citação são estigmatizadas hoje: “ferramenta”, “gerenciamento”, “cronograma”, “projeto”, “controle”. Alguns ainda questionarão “1999” e outros até “Wikipedia”. Seja como for, o Gráfico de Gantt teve uma enorme contribuição na gestão de projetos desde a primeira guerra mundial. Hoje, porém, foi relegado ao escritório de projetos “retrógrado e engessado”. Por quê?

Em alguns casos a comunidade confunde uma aplicação da ferramenta com a própria ferramenta. É como dizer que a faca é um instrumento de morte, por ter sido usada em assassinatos, esquecendo sua utilidade para cortar um pão. Porque aplicaram o Gráfico Gantt para mapear até os horários de café, a comunidade passou a rejeitá-lo.

Por certo que em um mundo mais determinístico, de relações claras entre causa e efeito, era possível, e até desejável, acompanhar o progresso das atividades e o impacto de mudanças no tempo. Mas o nível de detalhe empregado antes não se justifica hoje — em projetos de inovação e do conhecimento. A dinâmica de construção de novos produtos e serviços contém muita ambiguidade, descoberta e vai se desvendando… se revelando ao trilhar o caminho. Logo, refletir isso em cronogramas e Gráficos de Gantt detalhados é simplesmente insano.

Agora, algum nível de acompanhamento pode ser benéfico.

[heading]Melhorando sua aplicação[/heading]

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose — sem exageros, um Gráfico de Gantt pode ser bem útil na comunicação de seu projeto. Aliás, você já está usando-o com outro nome: Roadmap; Plano de Releases; Distribuição de Sprints no tempo; etc.

O quê?? Vai me dizer que isso aí não é um Gráfico de Gantt!? Provavelmente não terá um diagrama de precedências ou atividades detalhadas, mas busca passar uma ideia do que se quer atingir em determinado timeframe usando barras que representam durações esperadas. Não? humm!

No desenvolvimento de produtos sempre temos hipóteses que queremos testar primeiro; o custo de oportunidade e os custos de atraso de determinados lançamentos, que podem se beneficiar muito de uma visão projetada no tempo, dado uma estimativa de duração.

Um valor pretendido ao cliente poderia ser agrupado com suas hipotéticas funcionalidades que resolverão o problema; uma frente que invista na resolução de uma dor dos usuários poderia ser sequenciada, com outras, a fim de verificar potenciais retornos sobre o investimento e conferir tradeoffs em fases já em andamento, comparando seus benefícios com o esforço que ainda pretende-se investir.


Enfim, seu uso parece bem óbvio e sua comunicação poderosa. Esse preconceito para com o Gantt me parece outro daqueles exemplos de ferramentas que caíram no estigma associado ao Tradicional. Liberte-se disso!

#onovogestor

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