É melhor quando a Transformação Ágil acontece de baixo para cima ou de cima para baixo?
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De baixo para cima
A abordagem predominante, não intencional, consistia até há pouco tempo na eclosão de iniciativas ágeis localizadas em um determinado time cujo gestor tinha autonomia para experimentar novas formas de trabalho. Essas iniciativas evoluíam e iam contaminando outros times que acabavam [ou não] adotando a “nova forma de trabalho”.
Os resultados possíveis eram basicamente dois: contaminação ágil crescente ou morte por anticorpos tradicionais. Em algumas ocasiões co-existiam as culturas diferentes na mesma organização, mas nenhuma vez vi transformações globais orgânicas vindas de baixo para cima somente.
De cima pra baixo
Com a popularização do Ágil e sua ampla adoção no mercado, começamos a ver grandes empresas “embarcando na onda” de cima pra baixo. Com o conceito e práticas já experimentados em várias indústrias, as empresas mais lentas sentem agora confiança, mas também receio de ficarem para trás e a urgência da mudança. Nestas condições, avançam em criar iniciativas e a comunicar forte a nova intenção.
Tal fenômeno é relativamente novo e dois são os possíveis resultados: uma grande ansiedade geral promovida pelo conflito do novo discurso com o velho hábito ou uma fase próspera que junta a fome com a vontade de comer. Em ambos os casos, o efeito imediato é uma força potencial positiva ou negativa.
Melhor abordagem
Como consultor eu diria que ambas juntas e misturadas: de cima pra baixo e de baixo para cima. Mas se tivesse que escolher, ainda escolheria de baixo para cima e eu te digo por quê.
Geralmente as abordagens de baixo para cima tem um viés mais de aplicação prática enquanto que uma iniciativa de cima para baixo, ou seja, de presidente, diretores para baixo, fica mais no campo dos estímulos de uma futura-talvez-nova-cultura. Enquanto de baixo para cima a nova cultura já está sendo moldada, de cima para baixo demora-se mais para colocar todos numa rota de experimentação.
Bem parecido com algo que eu disse no último post: Mindset vs Ferramenta
E, claro, nenhuma delas persiste sozinha… chega uma hora que as movimentações internas precisarão de respaldo do alto escalão para sobreviver ou prosperar e também as campanhas de uma nova visão organizacional precisarão encontrar amparo e aceitação dos colaboradores a fim de senti-la como importante e transformá-la em aplicações do dia a dia.
Resposta de consultor: um pouco de ambas. Resposta do consultor senior: ambas, começando de baixo ou em paralelo. 😀
As melhores e mais rápidas adaptações orgânicas que ajudei a promover, aconteceram quando havia o amparo das camadas superiores (mesmo que ainda céticas ou preconceituosas) com uma ampla liberdade e foco de baixo para cima.